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06 maio 2011

pequenas (?!) trafulhices

e viva o querido líder!
 .
foolproof: as embrulhadas todas muito bem explicadas ..
..  dos hospitais (e não só) que o estado vendeu a empresas privadas 
e de que agora paga um aluguer astronómico !!
.

18 novembro 2010

porreiro, pá!

Pois .. leiam .. e REVOLTEM-SE!!
notícia do Público de hoje, aqui

o título:  Vencimentos na Fundação Cidade de Guimarães sofrem cortes de 30 por cento 
.
- fixe, não? O meu ordenado, com redução de 30%, deixava-me em muito maus lençóis. Já estes ... (e não lhes chamo nada, só por uma questão de boa educação!!) .. ora vejam - e REVOLTEM-SE!!

(...) o vencimento de Cristina Azevedo, presidente do Conselho de Administração, que ascendia aos 14.300 [!!!!!!!!!!!!!!!] euros mensais, vê a remuneração reduzida para 10 mil euros. Por sua vez, os dois vogais executivos, até aqui a auferir 12.500 euros cada, passam a receber 8750 euros.

Estes cortes vão igualmente atingir o Conselho-geral da Fundação Cidade de Guimarães, que é presidido pelo ex-chefe de Estado Jorge Sampaio (fantástico!! a panela de que eles comem todos!! - e eu que até gostava do homem!! )
(...)

Os rendimentos dos elementos do Conselho de Administração já tinha sido alvo de fortes críticas, nomeadamente do Bloco de Esquerda que questionou a decisão de atribuir ordenados cerca de duas vezes superiores ao salário do Presidente da República. (...)

Os estatutos da Fundação Cidade de Guimarães (FCG) foram aprovados em Junho do ano passado, por unanimidade, pela vereação vimaranense. (...) A fundação foi instituída com um capital fundacional de dois milhões de euros, transferidos pela câmara de Guimarães e reforçado, em 3,7 milhões de euros, pelo Ministério da Cultura, através da sua secretaria-geral.

Os estatutos têm merecido críticas de algumas instituições, pelo facto de dar poucas hipóteses de escrutínio da actividade da FCG às entidades que lhes estão na base, a autarquia de Guimarães e o Ministério da Cultura.

A propósito da divulgação dos vencimentos do conselho de administração da FCG, a tutela lamentou o facto de, apesar de contribuir para o financiamento da instituição [contribuir, claro, contribuo eu, tu, nós, vós], só ter voz no conselho geral, com um representante entre 17 conselheiros. [- e eu pergunto-me quem são estes, o que fazem -17 ?! -, quanto ganham???]

(...) Alguns membros do conselho geral da FCG têm também colocado objecções aos estatutos, contestando o facto de uma entidade criada para gerir um projecto como a CEC (Capital Europeia da Cultura 2012) ter duração ilimitada (!!!!!!!!!!!!?????????) Os estatutos também permitem à administração alienar património sem consultar o seu órgão máximo.


É FARTAR, VILANAGEM!



porreiro, pá! estatutos aprovados por unanimidade! 
REVOLTEM-SE, pá!


19 fevereiro 2010

A gorda “Parque Escolar, EPE”, por Santana Castilho

A gorda “Parque Escolar, EPE”

Santana Castilho *

Em 26 de Fevereiro de 2007, escrevi, nesta coluna, sobre a “Parque Escolar, EPE” e alertei a opinião pública para o que facilmente se antevia. Não critiquei só a passagem da gestão do parque escolar público para o domínio empresarial por um governo que apregoava a autonomia das escolas e, hipocritamente, retirava aos seus gestores a capacidade de decidir sobre os respectivos espaços físicos. Critiquei, sobretudo, a forma, a meu ver imoral, que pré-ordenava o respectivo processo para envolver em opacidade e secretismo o dispêndio de enormes somas de dinheiro público. Com efeito, denunciei que a nova entidade podia vender, comprar e contratar por ajuste directo. Manifestei natural perplexidade por ver que a nova entidade, que poderia “... conceber, desenvolver e gerir unidades de negócio destinadas a potenciar receitas de exploração das escolas secundárias...” e exercer “… quaisquer actividades, complementares ou subsidiárias do seu objecto principal, bem como explorar outros ramos de actividade comercial ou industrial...”, tinha recebido, por decreto, a propriedade de 7 escolas secundárias localizadas em zonas nobres de Lisboa e Porto, com milhares de metros quadrados urbanizados. Manifestei ainda verdadeiro espanto por ver que a novel empresa pública tinha poderes para expropriar, embargar, cobrar taxas e decretar demolições. Escrevi então: preparem-se as clientelas!

Não só se prepararam. Instalaram-se! Alambazaram-se!

Três anos volvidos, a gorda “Parque Escolar, EPE” prepara-se para alapar, por simples via de despacho conjunto de dois membros do Governo, mais coisa menos coisa, 3 quartos das escolas de ensino secundário, que totalizam 4 centenas e meia de edifícios, distribuídos por todo o país. Com discurso para tranquilizar incautos de asinhas brancas, o Governo vai dizendo que se trata de garantir uma gestão mais eficiente e que não está em questão qualquer transferência de património para o sector privado. Pois sim! Quanto ao primeiro aspecto, é só olhar para os resultados da maioria das empresas públicas, designadamente o desastre da gestão empresarial dos hospitais, para acreditarmos piamente. No que toca ao segundo, basta recordar as empresas públicas já privatizadas, com o competente património, naturalmente, ou perguntar como pagará a “Parque Escolar, EPE” o capital e os juros de um empréstimo de 300 milhões de euros já contraído e de outros que se seguem, da ordem dos 850 milhões, para ficarmos em paz futura. Por agora, já sabemos como gastou parte dos mais que 3.000 milhões de euros que poderá gerir: sem concursos públicos, sem transparência, com a discricionariedade em lugar da livre concorrência. Até as publicações no respectivo sítio da Internet, previstas pelo Código dos Contratos Públicos, foram remetidas às malvas. Tudo numa suíça sincronização de dribles perfeitamente legais mas de duvidosa ética pública. Tudo como convém ao ambiente dos favores dúbios e a quem tem da Educação a visão simples de mais um negócio.

Ao lado do problema central, acumulam-se os episódios habituais de tudo o que é feito de forma atabalhoada, na ganância de abocanhar antes que a oportunidade acabe: são soluções arquitectónicas questionáveis e escolhas de materiais que coabitam mal com o património edificado; são ambientes escolares insuportavelmente prejudicados pela convivência forçada com obras que se prolongam por meses seguidos; são pavimentos terminados e logo estragados pela presença e circulação de materiais de obra; são infiltrações surpreendentes em obras novas e tectos que caiem; são bibliotecas e refeitórios que desaparecem; são sistemas de climatização que não funcionam (sufoca-se nuns locais e gela-se noutros); são puxadores de portas que ficam nas mãos dos utentes, revestimentos impróprios em zonas desportivas, torneiras acabadas de montar que não vedam e falhas inexplicáveis de segurança em espaços específicos. A cereja em cima desta precipitada forma de fazer as coisas consubstancia-se no recente anúncio da demolição de uma escola em Torres Novas, construída há oito anos, com um milhão de euros de custo. Razão? Pasme-se: não respeita as exigências instituídas em 2006 sobre a qualidade do ar e a certificação energética. Lá iria Portugal inteiro abaixo se o despudor se propagasse!

A crise económica que nos sufoca é consequência de variáveis que nos escapam e de políticas erradas que o Governo impôs. A crise da justiça faz perigar o Estado de Direito, abala a nossa jovem democracia e escapa ao controlo dos professores. Mas espanta a pacificidade da classe quando lhe levam sem reacção a própria casa. Teimo por isso em citar Sun Tzu pela segunda vez em poucos dias:

“… Se conheces o inimigo e te conheces a ti mesmo, não precisas temer o resultado de cem batalhas. Se te conheces mas não conheces o inimigo, por cada vitória sofrerás uma derrota. Se não te conheces nem a ti próprio nem ao inimigo, perderás todas as batalhas. …”

A privatização das escolas públicas, que se prepara, serve os cidadãos, os alunos e os professores? A sistemática destruição dos serviços públicos serve o país? Que responda a consciência do Estado, se é que dela resta algo!

* Professor do ensino superior. s.castilho@netcabo.pt