No sábado, regressados da manifestação, um homem que encontrámos no metro identificou-nos - pelas 'fardas', as bandeiras, e disse-nos:
«Se fosse em Espanha, esses gajos já de lá tinham saído há muito tempo! Acabem com eles! Atirem-nos ao rio!!»
Gostei. E ri-me (..) - a exortação acendeu memórias de outras lutas, de outras vozes, em tudo idênticas às que, a 30 de Maio, cantámos nós:
A galopar - Paco Ibáñez y Rafael Alberti
eu fico arrepiada, uma força a crescer-me nos dentes, e nos nervos. E vou contigo, Paco Ibañez! «Ahora vos propongo que cantemos juntos y que salgamos de aquí galopando... ! - ponerle voz e ponerle rabia también!»
- Las tierras, las tierras, las tierras de España,
- las grandes, las solas, desiertas llanuras.
- Galopa, caballo cuatralbo,
- jinete del pueblo,
- al sol y a la luna.¡
- A galopar,a galopar,
- hasta enterrarlos en el mar!
- A corazón suenan, resuenan, resuenan
- las tierras de España en las herraduras.
- Galopa, jinete del pueblo,
- caballo cuatralbo,caballo de espuma.¡
- A galopar,a galopar,hasta enterrarlos en el mar!
- Nadie, nadie, nadie, que enfrente no hay nadie;
- que es nadie la muerte si va en tu montura.
- Galopa, caballo cuatralbo,
- jinete del pueblo,que la tierra es tuya.¡
- A galopar,a galopar,
- hasta enterrarlos en el mar!
Rafael Alberti (Capital de la Gloria, 1938)
5 comentários:
Y ponerle esperanza!
por supuesto, guapa!!
:-)
...um homem que encontrámos no metro...Há muitos mais destes, que não aparecem, como é bom de ver, nas auto-exacerbações deste governo. Por isso me rio de cada vez que se fala num imaginário isolamento dos professores. Haja confiança.
brrrrr + 1 arrepio
Estamos tudo menos isolados, temos avestruzes ao lado e no caminho, mas quem é que não contava com isso?
Deixar que a descrença, nisto ou naquilo, se imponha, é fugir de nós próprios.
Alma nas estrelas, acreditar sempre! Se for preciso, com uma raiva a crescer nos braços, fogo no peito, e uma faca mordida nos dentes.
...e fugir de nós próprios é já estar morto e não saber.É por isso que não percebo os que se acomodam. Como é que conseguem viver sem aialma ? ;) Ana G.
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