29 junho 2011

A propósito do poder das corporações

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Um leitor do PÚBLICO decidiu escrever uma carta (dia 18 p.p.) à senhora directora Bárbara Reis, carta na qual se permitiu dar conselhos ao primeiro-ministro Passos Coelho de como deverá exercer o acto governativo a fim de evitar o déjà vu referente aos erros, à irresponsabilidade e aos truques manhosos usados pelo exímio actor José Sócrates. 

A dado passo dos conselhos, o leitor da Parede diz: "não tenha medo do poder das corporações, quaisquer que sejam (ex.: da justiça, dos sindicatos, dos patrões, das finanças, dos construtores, dos professores (...). 

Julgo que no caso dos professores, ao conceder-lhe um putativo "poder corporativo", errou. Que eu saiba isso até seria interessante se fosse verdade (que diabo, têm a fama mas não têm o proveito?!...).  De facto, a esmagadora maioria dos professores não tem poder nenhum, quanto mais "poder corporativo". 

A arrogante Maria de Lurdes Reis Rodrigues (de má memória), com furor inaudito, procurou exercer acções persecutórias sobre os docentes esquecendo literalmente os alunos, facilitando-lhes a vida escolar em termos de ausência de rigor e exigência, ao mesmo tempo que os inebriou com o Magalhães.
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Concomitantemente, sobrecarregou os professores com esquizofrénico e despótico trabalho burocrático (que continua) ineficiente e improdutivo, que os impediu (e impede) de prestar mais atenção aos alunos.
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Além disso, os professores continuam a ter de suportar discentes malcriados (que têm, muitas vezes, o apoio dos pais), alunos violentos e indisciplinados que ameaçam os professores enquanto estes se vêem ainda obrigados a tratar das avaliações interpares, despoletadoras de conflitualidades e relacionamentos malsãos, o que, de certa maneira, contribuiu para um ambiente crispado e tenso que, por vezes , se viveu/vive nas escolas. 
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Por isso, onde está o poder corporativo dos professores? Espera-se - agora que finalizou o ano lectivo de 2010/2011 - que a nomeação do Professor Nuno Crato para a pasta da Educação, crítico percuciente do eduquês, deixe alguma esperança (a ver vamos) para que se inverta uma situação que tem sido penosa para os docentes e embusteante para os alunos. Como o ilustre Professor Santana Castilho não se tem cansado, outrossim, de denunciar, aqui, nas páginas do PÚBLICO.

António Cândido Miguéis
Vila Real
http://jornal.publico.pt/noticia/29-06-2011/-22374410.htm
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bom ... tudo certo, excepto que aquilo que se podia ter esperado, já des-esperou.
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