25 outubro 2009

escola, sociedade: mais testemunhos

Onde se vê que o problema, em Portugal, é mesmo de 'falta de organização', mas também de mentalidades e de políticas. Contraste com países da UE reconhecidamente mais evoluídos, em que a sociedade se organiza: não contra, mas - em torno da - escola.

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Em França há seis semanas de aulas e param duas … mas param todos, professores e alunos . A primeira pausa é já agora em Novembro (duas semanas ! ) , depois no Natal, em seguida em Fevereiro …. e por aí em diante ! Quando há férias não há reuniões, as reuniões são feitas antes.
Em Julho as escolas estão fechadas, as minhas colegas francesas quando me ligam em Julho e eu digo-lhes que estou cheia de trabalho na escola ,exames, reuniões, e … ficam pasmadas !

Falo com conhecimento de causa pois tenho amigos professores franceses e vou lá frequentemente. Devo acrescentar que a sociedade está toda organizada de forma a que os miúdos possam ir para a neve (em Fevereiro ) ou para outras actividades .
As férias lá são marcadas em função das regiões. Não vai toda a gente de férias ao mesmo tempo. Nunca ouvi os pais queixarem-se do facto de os filhos não terem escola.Têm menos aulas, à quarta-feira não há aulas: os professores organizam o seu trabalho e os torneios desportivos nas escolas decorrem também à quarta-feira.
Que eu saiba, os alunos franceses encontram-se em melhor posição que os nossos nas estatísticas internacionais.Tudo está mais organizado.
anamaria

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Os colegas franceses trabalham 17 a 20 horas por semana. Agora parece-me que já se começou com o apoio ao fim do dia, mas só dá essas aulas quem quer. Além disso essas horas são pagas como horas extra e não são “imposables “, isto é, não contam para o IRS.


Realmente nós fomos muito burros em deixarmos isto ir tão longe. O que aconteceu aqui seria impensável lá, os sindicatos de professores são extremamente fortes .
anamaria

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Na Alemanha (mais concretamente Bremen) se não há aulas, fecha a escola.
As reuniões decorrem todas em simultâneo e os professores distribuem-se pelas várias turmas que têm. Nestas apenas se lêem as notas e refere-se um ou outro caso mais problemático.
Quando uma ex-colega nossa, presente nas reuniões na qualidade de representante dos encarregados de educação, inquiriu os professores presentes sobre as planificações e critérios de avaliação, estes manifestaram desagrado perante uma possível suspeita acerca do seu trabalho e não divulgaram o que consideram ser documentos privados. Culturas…
Elisabete


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comentários ao post deste blogue , "dos professores, das férias e das pausas" , retirados daqui ; os sublinhados são meus; o quadro lá em cima, de Escher

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