08 fevereiro 2009

AR: e vão 3: CANSAÇO

na A. R. , hoje, pela 3.ª vez !! ... mais explicações para quê?

Parece-me é haver qualquer coisa de muito incongruente, nisso a que chamam 'disciplina de voto' : votar não é escolher? não é optar? decidir de livre vontade?
E não é o 'disciplinar' da consciência, do querer, um atentado à própria liberdade? Uma censura - e descarada ? Quem encontrar nisto algum sinal de que estamos em democracia que me explique, sff..
O largo número de deputados, a própria existência de uma Assembleia, não era suposto garantir a pluralidade de ideias e opiniões? Existindo a disciplina de voto (e apenas para as questões cruciais!), bem poderia haver um único deputado por partido, tendo os seus votos peso proporcional ao da votação do respectivo partido nas legislativas. Eram só vantagens:
  • podiam reunir na casa de um deles- ou decidiam por mail, ou por SMS
  • libertavam o espaço para outra coisa: um museu, um local de acolhimento para os sem-abrigo, qualquer coisa útil.
  • poupavam-nos, a todos, ilusões e muito, muito dinheiro!

sem mais.. :
- em cima, o quadro, 'Cadavre Exquis', de Cruzeiro Seixas


al , 23 /01/09

23 comentários:

Anónimo disse...

tiago martins, 12ºc disse...

Um país onde um único partido decide as leis que entram em vigor, raramente ou nunca ouvindo os outros, impondo a sua voz com arrogância e prepotência sobre os outros, não é uma democracia: é a definição de uma ditadura onde, vá lá, permitiu-se a existência de outros partidos e, vá lá, há eleições com relativa regularidade. Mas as maiorias absolutas são o pior que o nosso país tem: a imposição obrigatória da sua vontada faz-me um bocado de espécie. É quase como se os deputados de outros partidos pudessem ser dispensados.

Viu-se, ainda se vê, que a vontade do povo, dos professores não é a continuação deste sistema de avaliação. No entanto, esses mesmos deputados, esses representantes do povo, não representam a vontade popular: representam a teimosia e o medo por ir contra a "maré soprada" por um líder parlamentar e por um secretário-geral. Salvo uns 5 ou 6 corajosos. A esses, louva-se a coragem e a inconformidade.

Sexta-feira, 23 Janeiro, 2009

Anónimo disse...

eu acho é que eles se representam a si próprios: só joguinhos, mentiras, interesses - obscuros ou nem tanto.

Sábado, 24 Janeiro, 2009

Anónimo disse...

Antigamente é que era democracia.Votava-se o que um queria e mais nada.Agora são cinco e não se mata ninguém.Ora bolas
Sábado, 24 Janeiro, 2009

Anónimo disse...

pois.. antigamente não era, com certeza.

gostava de perceber é se agora há democracia!

em q é q estamos diferentes? não continua a votar-se o que UM quer? desde q haja maioria absoluta e o 'democrático' poder de impor o sentido de voto..

ou estarei a ver mal??

Sábado, 24 Janeiro, 2009

Anónimo disse...

Vivemos numa espécie de democracia, onde basta os carneirinhos de um certo partido votarem numa certa proposta e "lá vamos nós outra vez"... O governo não ouve nada nem ninguém, eles têm o poder, para quê ouvir o povo? E eles já sabem como o povo é, basta reduzir um bocadinho os impostos, dá-se umas regalias e lá estarão eles a votar nos mesmos nas próximas eleições.

Mas para as coisas mudarem, os portugueses têm de deixar de ser ignorantes no momento do voto e, em vez de votarem num político que tem discursos bons, votarem num político que realmente seja capaz de fazer alguma coisa.
Sábado, 24 Janeiro, 2009

Anónimo disse...

estarei até a ser facciosa ..

mas por que será q acho q, em boa parte das vezes, os alunos são os comentadores mais lúcidos q aqui vêm?

Obrigada, Tiago.
Obrigada, André

bjis

Sábado, 24 Janeiro, 2009

Anónimo disse...

e ..
obrigada, é claro, a todos os que aqui põem comentários bem intencionados, ainda q eu ñ concorde com eles..

afinal, é mesmo isso q acho importante: opiniões q se confrontam, ideias q se debatem, cabeças a pensar.

a lucidez dos alunos .. merece a minha admiração. desmente o preconceito de que 'esta juventude de hoje ..'

obrigada, então. a absolutamente todos.

ana lima

Sábado, 24 Janeiro, 2009

Anónimo disse...

Fico feliz de ver que afinal não estou tão velho, pois que infelizmente continuo a ver que ainda há corrupção,embora digam que não sabem de nada..........??????freeport????????eu????????

Sábado, 24 Janeiro, 2009

Anónimo disse...

Primeiro, eles vieram atrás dos comunistas.
E eu não protestei, porque não era comunista.
Depois, eles vieram pelos socialistase eu não disse nada, porque não era socialista.
Mais tarde, eles vieram atrás dos líderes sindicais.
E eu me calei, porque não era líder sindical.
Então, foi a vez dos judeus.
E eu permaneci em silêncio porque não era judeu.
Finalmente, vieram me buscar.
E já não havia ninguém para protestar.


A indignação, por interesse próprio, vale o que vale.

Assim sendo, como podem criticar se "eles" defendem os seus interesses?

Domingo, 25 Janeiro, 2009

Anónimo disse...

E esse político é quem, André Gonçalves? O Jerónimo de Sousa?

Quinta-feira, 29 Janeiro, 2009

Anónimo disse...

Acho realmente piada a que quando alguém fala em políticos a sério, capazes de fazer algo por Portugal (talvez pelo mundo?) os corajosos dos anónimos começam logo a 'acusar' (com o típico tom irónico de alguém que ainda acha que ser-se comunista ainda é crime e atentado contra o estado...) cobardemente o interveniente de ser adepto (sim, que não podemos negar que há quem leve a política como um jogo de futebol...), militante ou simples apoiante do Partido Comunista Português. Senhor Anónimo, por muita volta que possa dar à cabeça, não, não voltou a ser ilegal pertencer ao PCP.
Não me vou tentar por na mente do André, mas, para mim, de momento (e aproveitando que este ano já voto nas legislativas e autárquicas, em princípio...), muito poucos fariam o seu trabalho de uma maneira tão arrogante, prepotente e quase ditatorial com que o Sr. Sócrates o fez. Um Sousa, um Louçã, um Portas (se não perder os lábios com tanto beijo na praça), uma Apolónia... Em relação a Leites acho o caso um bocado azedo... Mas Sócrates... Não muito obrigado...
E para não referir o recente (possível) caso de corrupção que envolve o Freeport, mas disso não vou falar que cheira-me que ainda há muito por clarificar...

Quinta-feira, 29 Janeiro, 2009

Anónimo disse...

Anónimo disse...
Piada... Piada tem quando falamos em alhos e nos respondem bugalhos.
Não deixa de ser interessante - ou caricato? - a maneira como o meu caro colega pega numa interrogação retórica, comenta-a (ou critica-a) e transforma o comentário numa profundíssima critica a Sócrates. Muitos parabéns(!!!)... Mas não era isso o pretendido.

Desde quando é que a "ironia" remete para crime e atentado?
E tem de ter cuidado com essa interpretação. Sim, eu sei que a interpretação é uma "coisa" muito individual; muito particular, mas há o longe e há o muuuuito longe.
Neste caso e dito "tom irónico" não era de "alguém que ainda acha que ser-se comunista ainda é crime e atentado contra o estado..." mas sim de alguém que acha ridículo ainda haver crença no Comunismo quando na história mundial - por exemplo - temos mil e um argumentos para a descrença.



Acusação, s.f. (do lat. accusatione) Acção ou efeito de acusar. O contexto de palavras (orais ou escritas) em que se concebe a acusação. Imputação de um delito. Denúncia de um crime à justiça. A parte que acusa ou crimina outra.

Pergunta, s.f. Palavra ou frase com que se interroga; interrogação. Inquisição, quesito.

Um pouco diferente. Não lhe parece, Senhor Tiago Martins?

Sexta-feira, 30 Janeiro, 2009

Anónimo disse...

Senhor Anónimo, admito que o facto de eu ter usado a palavra 'acusar' uma única vez e com aspas o possa ter ferido de alguma forma. Mas é engraçado que a partir daí o senhor faça uma comparação com a palavra pergunta, recorrendo, penso, ao dicionário. Um dicionário, por muito enciclopédico que seja, por muito Houaiss que se diga ser, por mais páginas que tenha, não passa de um livro de definições. Nunca dará (ou muito dificilmente, pelo menos) um sentido humano e o sentido da interpretação que são característicos de cada pessoa, como o senhor diz a determinada altura. Mas o sentido que pessoa X dá a uma entoação (mesmo que seja escita), pessoa Y, pessoa Z, pessoa A, um grande número de pessoas poderá tê-lo também. Que mais não sirva para, da próxima vez, nem que seja preciso escrever mais um poucochinho (como o fez no segundo comentário), mas para não haver falsas interpretações vá logo directamente ao assunto... Poderá ser um bocado mal interpretado, como aconteceu comigo e que, porque fui educado para reconhecer quando estou errado, peço desculpas pelo meu tom talvez demasiado ríspido, embora a ideia esteja lá na sua essência.
Quanto ao facto de eu ter desmontado o seu comentário de maneira a criticar o PM, quanto a isso nada tenho a dizer, apenas que me deixei ir na onda e dei por mim a escrever essas palavras.
Mas é giro quando o senhor diz, e cito, "ridículo ainda haver crença no Comunismo quando na história mundial - por exemplo - temos mil e um argumentos para a descrença". Bem, não vamos por aí, que também o Capitalismo, o Fascismo, a Monarquia, a Teocracia, a Anarquia, a própria Democracia, já nos deram todos mil e um argumentos para a sua descrença. No entanto, lá está, depende da interpretação de cada um.
Um abraço e espero não haver nenhuma espécie de rancor ;)
Sexta-feira, 30 Janeiro, 2009

Anónimo disse...

A sua resposta deixou-me bastante contente. Muito correcto, bravo!

Sim, mas por alguma razão o Capitalismo ou a Democracia continuam a ser adoptados pela maioria - e uma maioria muito grande. Mas isto são outros tostões.

Claro que não há rancor, estes "despiques" dão outro sabor à vida; Um abraço.

Sexta-feira, 30 Janeiro, 2009

Anónimo disse...

André:
"para as coisas mudarem, os portugueses têm de deixar de ser ignorantes" - absolutamente de acordo. Mas não só no momento do voto. Têm de ser esclarecidos, informados, e, sobretudo, actuantes, em todos os momentos da sua vida.
Sabes aquele poema das 'nêsperas' q ficam muito quietas à espera q qq coisa aconteça? - ñ deixes de ouvir:
http://www.youtube.com/watch?v=h5OubFZHYHs

Pois é, assim é a maioria dos portugueses, no meu entender. Quietos e calados ou refilando apenas pelos cafés, sem consequências mais objectivas q a de libertar adrenalina.

Já qdo toca a agir, a protestar efectivamente, a dar a cara ... aí ficam muito quietinhos, muito tolhidinhos, secretamente esperando / confiando q há sempre alguém pronto a arriscar, a lutar por eles..

não percebo é q raio de genes fomos herdar q nos tornam tão, mas tão diversos dos espanhóis, dos gregos, dos franceses... e todos latinos como nós.

Quanto aos políticos e às eleições, e já que a chamada 'vergonha na cara' não parece funcionar na altura de justificar não ter posto em prática promessas de discursos eleitoralistas, mais uma vez deveria ser o cidadão comum, todos e cada um de nós, a exigir-lhes que prestassem contas, que, sendo caso disso, se demitissem e dessem lugar a outros, mais capazes.

Tb o nosso sistema eleitoral não ajuda: votas num partido, conheces o 'chefe', mas os outros, os que vão (quando vão)para a AR e legislam, e dormem, e lêem o jornal ou ñ largam o telemóvel quando era suposto discutirem os problemas do país, esses só os conheces a posteriori e mesmo assim...
praticamente, ñ há como pedir-lhes contas. (a ñ ser que os sequestrássemos:-), como aconteceu pouco depois da revolução de 1974).

Mais uma vez, e basicamente, a falta de vergonha na cara - a deles, e a inércia, a apatia - a nossa.
E aí não há partidos, acho eu: há pessoas de carácter e há oportunistas agarrados a um 'tacho', e q podem ser da facção política a, b, c, d...

só mais uma coisa: nestas imprescindíveis discussões ñ seria + digno dar a cara? pôr um nome?

Sexta-feira, 30 Janeiro, 2009

Anónimo disse...

parece-me que a propósito, uma citação do Guerra Junqueiro:

“Um povo imbecilizado e resignado, humilde e macambúzio, fatalista e sonâmbulo, burro de carga, besta de nora, aguentando pauladas, sacos de vergonhas, feixes de misérias, sem uma rebelião, um mostrar de dentes, a energia dum coice, pois que nem já com as orelhas é capaz de sacudir as moscas…”
Guerra Junqueiro -1886

Sexta-feira, 30 Janeiro, 2009

Anónimo disse...

Professora AL, acho que o poema das nêsperas condiz bem com o estado de espírito dos portugueses. É nas manifestações que os senhores que estão no poder se apercebem que estamos descontentes, que algo (ou muita coisa) está mal neste país. Mas no fundo compreendo as pessoas que não ligam muito a manifestações, porque os resultados delas são quase sempre nulos, por muitas manifestações que façam, eles é que estão lá no poder, e têm o poder para fazerem o que quiserem de nós.
Sábado, 31 Janeiro, 2009

Anónimo disse...

no, no, no!!! (refrão de Rehab, sabes?:-))), não é só nas manifestações! é no dia a dia, em tudo o que dizemos ou calamos, nas conversas que mantemos com os nossos amigos, família, colegas de trabalho..

pensas que são inocentes as xaropadas com q a TV nos inunda todos os dias - ao longo de anos e anos?
o empolamento dado ao futebol?
os noticiários cheios de descarrilamentos de combóios na cochinchina e etc?
eles ñ dão ponto sem nó.
eles (sejam quem forem) têm isto tudo muito pensado, muito bem planeado: embotam-nos o espírito, tornam-nos abúlicos e incapazes de termos uma ideia, de reagirmos com inteligência a uma situação, de reivindicarmos seja o q for.

Sabes q somos dos europeus q menos protestam? por ex: uma mosca na sopa, no problem, a gente põe de lado, a gente engole, como se não fosse nada connosco, como a ñ fazer ondas..

o argumento de q nada vale a pena dá-lhes trunfos e razão, ñ te parece?
bjis

Sábado, 31 Janeiro, 2009

Anónimo disse...

..
e ainda:-)

1º: leste a citação do Guerra Junqueiro? incrível como as coisas se mantêm, um século e tal depois, ñ é?

2.º: ouve o Léo Ferré, ainda q não percebas mto do q ele diz. Só a postura já dá bem para ver: ele ñ era nada q se parecesse com uma nêspera!

e há um outro cantor francês (Boris Vian) q tem um poema incrível de resistência. O título é "le déserteur" e está aqui:

http://www.malhatlantica.pt/lestrangeiras_esag/french%20page/personalites%20francaises.htm
Sábado, 31 Janeiro, 2009

Anónimo disse...

"pensas que são inocentes as xaropadas com q a TV nos inunda todos os dias - ao longo de anos e anos?
o empolamento dado ao futebol?
os noticiários cheios de descarrilamentos de combóios na cochinchina e etc?
eles ñ dão ponto sem nó.
eles (sejam quem forem) têm isto tudo muito pensado, muito bem planeado: embotam-nos o espírito, tornam-nos abúlicos e incapazes de termos uma ideia, de reagirmos com inteligência a uma situação, de reivindicarmos seja o q for."

Grande verdade.

O Anónimo, D. Felicidade
Sábado, 31 Janeiro, 2009

Anónimo disse...

retiro a observação q escrevi lá para cima, sobre 'pôr um nome'.

É que, assim como assim, prefiro-o 'anónimo' a 'D. Felicidade'!
E o dar a cara, pois .. só para quem queira.

abraço
Sábado, 31 Janeiro, 2009

Anónimo disse...

e.. já agora, não querem comentar os posts mais recentes?!....

Conhecem o Valter Hugo Mãe?

Não querem sugerir leituras?

Outras coisas?

:D
Sábado, 31 Janeiro, 2009

Anónimo disse...

- Uma sugestão musical:

Nitin Sawhney - 24 de Fevereiro no Coliseu de Lx. Uma música do primeiro cd, "Nadja",
http://www.youtube.com/watch?v=Gsls5LnIsGo

- Duas sugestões de leitura:

Um senhor português (melómano q.b.)chamado Joaquim Paulo, foi o primeiro português a editar um livro pela Taschen. É uma compilação de capas de discos de jazz que se chama "Jazz Covers". Ganhou um prémio, atribuído pela Académie de Jazz - o "Prix du livre de Jazz 2008".

Herberto Helder - "A faca não corta o fogo, súmula e inédita". Da editora Assírio & Alvim.

Uma sugestão de viagem:
Visitar os Geisers da Islândia, Nova Zelândia, Chile...


Tu pediste sugestões! :-)
Terça-feira, 03 Fevereiro, 2009