.. lembremos o que se passou no dia 12 de Junho, na cerimónia de lançamento de O Ensino Passado a Limpo, do Professor Santana Castilho:
Passos Coelho promete melhorar programa para educação criticado por Santana Castilho
Em seguida, Santana Castilho aproveitou "a frontalidade" de Passos Coelho e fez um discurso de contestação do programa eleitoral do PSD para a educação, que comparou ao "programa do PS de má memória".
Os dois falavam perante uma plateia de professores, num hotel de Lisboa, na apresentação do livro de Santana Castilho "O ensino passado a limpo", editado pela Porto Editora, com prefácio escrito por Passos Coelho.
Passos Coelho falou primeiro e, referindo-se a Santana Castilho, declarou: "Sei que ele não ficou nada satisfeito com grande parte do programa eleitoral que o PSD apresentou na área da educação. Iremos melhorá-lo".
O presidente do PSD defendeu que o setor da educação só pode ser reformado "de uma forma cooperante" com os professores.
Depois, discursou Santana Castilho, que mal falou do conteúdo do seu livro, preferindo falar do programa do PSD para a educação.
Santana Castilho começou por agradecer a Passos Coelho a defesa de que a educação só pode ser reformada com os professores e a promessa de "que o programa eleitoral do partido pelo qual é o primeiro responsável vai ser melhorado".
"Há muito que os professores não ouviam, provavelmente, coisas tão sensatas", observou.
Ouviram-se alguns risos na sala, seguidos de palmas, que se repetiram ao longo do seu discurso.
"Deixe-me dizer-lhe, nesta família de professores que, de facto, não fiquei satisfeito com o que li. E não reconheci coerência entre o que li e o que tem tido a gentileza de me dizer de há um ano para cá. Mas todos erramos e penso que estamos a tempo de corrigir e de emendar a mão", acrescentou.
Santana Castilho contestou, entre outros pontos, o facto de o PSD propor no seu programa que haja "duas carreiras dentro de uma mesma profissão".
Se o PSD quiser cortar despesa na educação "tendo do lado de lá os professores o desastre é iminente, a bancarrota vai vir e essa não há 'troika' que a salve", avisou, mais à frente.
Na sua intervenção, Passos Coelho contou que só conhece pessoalmente Santana Castilho há um ano, mas que há muito tempo lê os seus artigos de opinião, e disse ter por ele "grande estima e grande admiração".
Por sua vez, Santana Castilho, mencionou que os dois conversaram sobre política educativa no último ano e que a primeira coisa que ouviu do presidente do PSD, e que o cativou, foi que era preciso "confiar nos professores".
"Aquilo que está no programa não é confiança nos professores, é desconfiança nos professores, é a continuidade de um modelo que os professores rejeitaram que não serve o sistema", considerou.
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epílogo:
- Passos Coelho não melhorou coisa nenhuma do programa.
- Escolheu para ministro da Educação um homem que, de cada vez que abre a boca, dá provas de uma confrangedora iliteracia funcional relativamente ao pelouro que (dir-se-ia, muito inconscientemente!!) aceitou liderar.
- Que não tem a mínima ideia do que se passa nas escolas do EBS deste país nem das reais prioridades para reformar o Ensino.
- Que parece ignorar completamente as convulsões dos últimos 6 anos e respectivas causas ..
- E que nem sequer se dá ao trabalho de fazer o urgentíssimo 'TPC' sem o qual o seu primado será um risível fiasco.
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Não fosse a - a meu ver arrogante e desapercebida - atrevida ignorância de Nuno Crato nos assuntos da Educação, e eu recomendava-lhe que fizesse um favor a si próprio: leia o livro de Santana Castilho, sr. ministro, tem lá o trabalho todo feito! - mas faça-o depressa, se não quer acabar de desfazer a imagem de rigor que, antes de ocupar o lugar que lhe foi mal-entregue, o senhor conseguiu passar a muito boa gente ..
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Ah! - e mais um TPC urgente: procure por aí as declarações do seu chefe relativamente à 'avaliação dos professores' - que ele 'chumbou' na AR e o senhor acha não ser uma prioridade para os destinos da Educação! - uma ajudinha:
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Ah! - e mais um TPC urgente: procure por aí as declarações do seu chefe relativamente à 'avaliação dos professores' - que ele 'chumbou' na AR e o senhor acha não ser uma prioridade para os destinos da Educação! - uma ajudinha:
- «O actual modelo de avaliação de professores .. de desempenho de professores .. É UM PROCESSO MONSTRUOSO E KAFKIANO. O PSD comprometeu-se nas últimas eleições a suspender esse processo (PPC, 25 de Março, 2011)
- « suspender este modelo de avaliação pode contribuir para pacificar a vida das escolas e dar aos professores a possibilidade de se focarem melhor naquilo que é a sua vocação, que é ensinar! » - PPC, Abril de 2011
- «...é importante reconhecer que os últimos anos têm trazido uma burocratização insuportável em torno de todo o processo educativo, descaracterizando as missões dos diversos intervenientes, sobretudo notório no caso dos professores, e desvirtuando o propósito implícito aos procedimentos, como foi o caso mais revoltante da avaliação de desempenho.» - PPC, Maio de 2011, prefácio a 'O Ensino Passado a Limpo'
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