e eu acrescentaria: mudar de políticas sindicais?
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do site do SPGL - aqui
por José António Faria Pinto
Tal como a reeleição de Sócrates, em 2009, a reeleição de Cavaco, em 2011, constitui mais uma contrariedade para a luta dos professores. Maria de Lurdes era, não só, a menina dos olhos do senhor engenheiro, mas também, a ministra preferida do senhor professor. Com Sócrates em Belém e Cavaco em São Bento gerou-se a conjuntura política mais adversa para os professores, e não só, de que há memória em tempos de democracia. Apesar das maiores manifestações e greves de sempre, da enorme unidade e mobilização dos professores, nada foi suficiente para impedir as maiores derrotas de sempre do movimento sindical docente.
Cavaco Silva desempenhou neste processo um papel decisivo. Como afirmou o professor Santana Castilho, em artigo recentemente publicado, “por omissão e acção suportou e promoveu políticas que desvalorizaram e desrespeitaram como nunca os professores e promulgou sem titubear legislação injusta e perniciosa para a educação dos jovens portugueses.” Por isso, a sua vitória eleitoral significa mais uma derrota para o movimento sindical e levanta uma questão intrigante que é a de saber por que é que as lutas sociais não se reflectem nas disputas eleitorais, ou seja, por que é que a esquerda não consegue capitalizar eleitoralmente o descontentamento provocado pelas políticas de direita. A tese de que o povo é sistematicamente enganado, depois de tantos actos eleitorais, começa a ter as pernas curtas. Seja como for, a luta continua.
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