06 outubro 2010

'ventos, brisas, rabanadas' e Jean Cocteau

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"Não sabendo que era impossível, foi lá e fez" 
Jean Cocteau (1889-1963)
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O multi-facetado Jean Cocteau foi um dos mais talentosos e fascinantes artistas do século XX.  Além de realizador, foi poeta, escritor, pintor, dramaturgo, cenógrafo, coreógrafo, actor ... e, desde o primeiro minuto, um entusiasta sem reservas do movimento surrealista e do seu Manifesto. (1924)


De Cocteau li, mal tinha começado a adolescência, "Les Enfants Terribles". Da história tenho uma memória difusa (ainda que a mal-tenha relido em adulta..). O que perdura é um imaginário  perturbante de estranhas interacções e sentimentos apenas percebidos. A "Os meninos terríveis" e à discussão filosófica  que , quase criança, sobre ele tive com a minha ainda mais jovem irmã,  devo a minha primeira definição de 'felicidade'.


T H E
J E A N  C O C T E A U
W E B S I T E,
aqui


no video-clip abaixo, o trailer do filme "Les Enfants Terribles". Não sabia que existia, descobri-o por acaso pesquisando no Youtube qualquer coisa sobre o artista. O filme, de 1950, foi realizado por Jean-Pierre Melville sobre a obra homónima de Jean Cocteau.

Vejo dois, três clips, detenho-me na delicadeza das cenas a preto e branco, nos rostos tristes, expressivos, dos actores. Deixo-me enfeitiçar pela lentidão da câmara, os 'close-up' dos olhares. Suporto mal a angústia que me provoca a música quase omnipresente. E encontro similitudes insuspeitadas entre este filme e o "Aniki Bobó" de Manoel de Oliveira (1942) ..



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uma cena de Aniki Bobó, aqui

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