Pois então, o "gadgetismo" do ministério dito da educação - excluindo o factor culpa e alguma ingenuidade - é assim qualquer coisa comparável à atitude auto-desculpabilizante de muitos progenitores: inundam os seus rebentos de Ipods e playstations de última geração, jogos de vídeo e mp3/4/5, telemóveis XPTO. Assim os entretêm e se tranquilizam, pensando contentá-los. Dão aos filhos o ilusório presente do bem-querer, com máquinas e maquinetas acreditam compensar o tempo que não lhes dedicam, a escassa atenção que lhes prestam. Só não cumprem a sua responsabilidade primeira, essa essencial condição do SER pai e mãe, presente, atento, disponível, interveniente.
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Espantam-se depois com a rebeldia desses filhos que não se deram ao trabalho de conhecer, os maus resultados escolares que sistematicamente apresentam, as queixas que lhes chegam da escola. Tarde demais. Só se colhe bom fruto daquilo que longa e amorosamente se plantou e se cuidou, e bem desde o início.
Assim com a Educação, cuja gestão impõe planeamento sério e de longo prazo, rigor pedagógico e critérios humanistas. Isto, se não queremos hipotecar irremediavelmente o futuro desta, das próximas gerações. A insensibilidade (insanidade nas sábias palavras de Santana Castilho) dos governantes que temos, a miopia da sua visão perseguindo o lucro de curto prazo, a premeditada malvadez das suas opções - em cega obediência ao poder económico - vão desconstruir todo um país, escancarar as portas à iliteracia funcional e/ou à delinquência juvenil (de que, de resto, se vêem já sinais alarmantes, num e noutro caso..). E atenção! Daí à criminalidade, ou na melhor das hipóteses, à mendicidade, é um passo. Bem curto.
É este o cenário que se prepara, com o aviltamento do que é (ainda) a escola pública. E, ou as políticas mudam - radicalmente - ou será melhor emigrarmos todos - e já! De preferência para a Índia, onde um governante há anos disse (e farto-me de o citar!), "somos demasiado pobres para nos darmos ao luxo de não investirmos na educação!" - é vê-los agora, colhendo os frutos da assisada decisão, cientistas e técnicos de primeira disputados por tudo quanto são multinacionais. Em alternativa, pedimos asilo ao Bill Gates, que depois de vender o império da Microsoft construiu e ofereceu escolas aos bairros problemáticos na periferia de uma metrópole americana. Escolas pensadas para resolver os problemas que agora nos batem à porta. Escolas pequenas, onde o director conhece pelo nome cada um dos seus alunos. Onde há grupos de acompanhamento e encaminhamento vocacional. Escolas bem equipadas, com actividades e espaços humanizados. Onde se privilegiam os valores e o envolvimento responsável das famílias. Mas o Bill Gates .. sim, quem é ele comparado com o socretino chefe? Pois.
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É este o cenário que se prepara, com o aviltamento do que é (ainda) a escola pública. E, ou as políticas mudam - radicalmente - ou será melhor emigrarmos todos - e já! De preferência para a Índia, onde um governante há anos disse (e farto-me de o citar!), "somos demasiado pobres para nos darmos ao luxo de não investirmos na educação!" - é vê-los agora, colhendo os frutos da assisada decisão, cientistas e técnicos de primeira disputados por tudo quanto são multinacionais. Em alternativa, pedimos asilo ao Bill Gates, que depois de vender o império da Microsoft construiu e ofereceu escolas aos bairros problemáticos na periferia de uma metrópole americana. Escolas pensadas para resolver os problemas que agora nos batem à porta. Escolas pequenas, onde o director conhece pelo nome cada um dos seus alunos. Onde há grupos de acompanhamento e encaminhamento vocacional. Escolas bem equipadas, com actividades e espaços humanizados. Onde se privilegiam os valores e o envolvimento responsável das famílias. Mas o Bill Gates .. sim, quem é ele comparado com o socretino chefe? Pois.
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Eu .. pasmo com tudo isto. Não propriamente com as desastrosas políticas deste governo, a conivência do maior partido da oposição. De uns e outros não esperaria outra coisa. Pasmo é com a passividade dos pais relativamente ao bem-estar dos seus filhos, presente e futuro, à destruição da escola pública onde eles agora estudam, ao que os espera quando acabarem os seus desacreditados cursos. Porque não nos iludamos, os filhos, sobrinhos, netos, afilhados dos nossos ilustres e bem pagos representantes estarão todos em escolas privadas, quiçá e muito provavelmente, no estrangeiro. Esses não vão ser vítimas do eduquês que se eterniza e se refina. Esses não vão sentir na pele o atabalhoamento, o desumanizante anonimato dos mega agrupamentos de escolas. Esses têm o futuro garantido, bons empregos à sua espera. Que não todos os outros, em cujo destino se perfilam a precaridade e o desemprego, para ser só optimista. O facilitismo e o abandalhamento das instituições pagam mal e reclamam as suas vítimas.
E pergunto-me:
Eu .. pasmo com tudo isto. Não propriamente com as desastrosas políticas deste governo, a conivência do maior partido da oposição. De uns e outros não esperaria outra coisa. Pasmo é com a passividade dos pais relativamente ao bem-estar dos seus filhos, presente e futuro, à destruição da escola pública onde eles agora estudam, ao que os espera quando acabarem os seus desacreditados cursos. Porque não nos iludamos, os filhos, sobrinhos, netos, afilhados dos nossos ilustres e bem pagos representantes estarão todos em escolas privadas, quiçá e muito provavelmente, no estrangeiro. Esses não vão ser vítimas do eduquês que se eterniza e se refina. Esses não vão sentir na pele o atabalhoamento, o desumanizante anonimato dos mega agrupamentos de escolas. Esses têm o futuro garantido, bons empregos à sua espera. Que não todos os outros, em cujo destino se perfilam a precaridade e o desemprego, para ser só optimista. O facilitismo e o abandalhamento das instituições pagam mal e reclamam as suas vítimas.
E pergunto-me:
- por onde andará o outrora hiperactivo senhor Albino mais a sua CONFAP?
- Por que não reagem às excrescentes medidas do ME - as já tomadas ou as anunciadas - as múltiplas associações de pais deste país, regra geral tão lestas a criticar a escola, a crucificar professores?
- Por que parecem agora, todos, tão estranhamente alheios (dir-se-ia que absolutamente indiferentes) aos sucessivos e envenenados cozinhados de José Sócrates, via Isabel-de-lurdes -rodrigues-Alçada? Medo que lhe falte o estatal subsidiozinho, no primeiro caso?? Incompreensível ignorância relativamente às assassinas políticas economicistas destes despudorados - e sobretudo incólumes - 'mandadores sem lei nem roque' , no segundo caso??
É que DEMOCRACIA, sabem, é, etimologicamente, o poder da 'demo', que o mesmo é dizer, a vontade dos cidadãos. Pessoas que trabalham e pagam impostos. Que votam e elegem os seus governantes e os seus representantes. Que têm todo o direito a que lhes sejam prestadas contas. Que têm, acima de tudo, o dever cívico de o exigir.
o cartaz é do Maio 68
o cartaz é do Maio 68
2 comentários:
O Sr Albino e o Sr Nogueira já assinaram um papel em conjunto contra os Mega Agrupamentos.
olá Isabel, gosto de te ver por aqui!! :-)
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pois.. assinaram um papel .. e as aparições diárias de outros tempos na TV e nos jornais?
os lancinantes apelos à opinião pública?
e a Fenprof e etc, por onde andam? palpita-me q foram todos de férias, tu - que não foste:-) - q achas?
beijo!!
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