27 setembro 2009

imaginemos ..



Imaginemos um país de gente lúcida.
Imaginemos um povo que decide tomar o freio nos dentes, rebelar-se, alterar a sua sorte.
Imaginemos uma gente muito farta deste caminhar entre o nada e o nada, deste não sair nunca da cepa torta, da eterna, inevitável, crise-só-para-alguns.
Imaginemos um povo cansado de assistir impotente a alternâncias bicolores, laranja e cor-de-rosa, e outra vez laranja, e outra vez cor-de-rosa.
Um povo que finalmente diz "não! e basta de mais do mesmo!" , e decide experimentar outros caminhos.

Um povo que percebe que o futuro, afinal, não é uma fatalidade!
E que não é justo, nem natural, nem democrático, que uns quantos 'encartados', sempre os mesmos, laranja, cor-de-rosa, enriqueçam desmedidamente, ilicitamente, consigam empregos e benesses, impensáveis perdões..
Um povo que se farta de políticos corruptos, incompetentes, desonestos, uns atrás dos outros, governo após governo, e sempre os mesmos, desde há 35 anos - laranja, cor-de-rosa.
Um povo que não quer mais da cantiga fatalista que sempre, desafinadamente, lhe vêm cantando: "ou nós ou o caos, não há alternativa!".
Um povo que de repente tira a venda dos olhos e vê que o rei, estes todos reis que há anos o (des)governam, vão nus. Que estes todos mandantes, a quem foram dando oportunidades atrás de oportunidades, afinal não têm nada de novo a oferecer.
Imaginemos então um povo que hoje acordou e sentiu uma saudade imensa do 25 de Abril de 1974- uma saudade insuportável do que então viveu, do que então sonhou possível, para si, para os seus filhos, o seu país.
Imaginemos um povo, hoje. Que, pela primeira vez com a sua própria caneta, e a sua vontade, e a sua lucidez reencontrada, decide mudar o destino de um país que cada vez mais se entristece e se apaga. Um país que inexoravelmente se afunda em pobreza e em dívidas. Um país de onde de novo se emigra, e agora são os melhores que se vão: ondas imparáveis de técnicos, cientistas, médicos, enfermeiros, professores..
Um povo que, de novo, como que se faz ao mar, crente só na sua força e na sua coragem, e, sem medo de adamastores, traça ele próprio a sua rota. Um povo que, descrente e desencantado, deixara de votar e agora embarca também nesta viagem, assumindo um rumo.
Um povo inteiro, um povo lúcido que não quer mais destes falsos timoneiros, matadores da esperança.

  • Imaginemos hoje, ao fim do dia.
  • Nem um voto laranja, nem um voto cor-de-rosa.
  • Uma miríade de cores tocando uma música de esperança, um hino de mudança.
  • Cores que, dançando, formarão quase um arco-íris, que, quem sabe, desenharão um país novo
Imaginemos ..
quadro de Kandinsky

2 comentários:

Anónimo disse...

• Imaginemos um país de gente lúcida.
• Imaginemos um povo que decide tomar o freio nos dentes, decidir com o seu voto o seu destino.
• Imaginemos um povo, hoje.Que com a sua caneta, a sua vontade, a sua lucidez, decide continuar a dar a sua confiança ao PS e ao Primeiro Ministro José Sócrates
• Imaginemos hoje, ao fim do dia.

Anónimo disse...

Pois....um país de gente lúcida, só mesmo com grande dose de imaginação :)Bem , pelo menos já nos livrámos da Sinistra ministra e companhia, nada mau !!! Ana G.