Em Junho/Julho, o sentimento que pairava era qualquer coisa assim como "vitória ou morte!" (passe o exagero inflamado), perspectivas de greve por tempo indeterminado, um endurecer de acções que levassem a uma qualquer mudança significativa nas políticas de Mª L. Rodrigues e J. Sócrates.
Já muitos de nós tinham regressado de férias, e parecia ainda generalizado o sentimento de que, urgentemente, se fizesse passar, antes das eleições legislativas, a mensagem do descontentemento que mantemos, dizer aos políticos e à população em geral que nada foi ainda resolvido, que são as mesmas as razões que ao longo de 4 anos ditaram a nossa luta contra as políticas educativas deste ME.
Chegou Setembro e aproximou-se o início do ano lectivo..
Logo uma manifestação que se anuncia, o pessoal a dizer que sim, e quem organiza, esclareçem-nos que queremos voltar a Lisboa. Indefinições de paternidade, confusão, supostos aproveitamentos políticos, a manif é desmarcada.
Quanto à Fenprof, Mário Nogueira, Plataforma, nada! silêncio! dir-se-ia estarem ausentes em parte incerta.
Entretanto, nas escolas, os últimos prazos de entrega da FAA e o pessoal a alinhar, com o modelo do ME ou outro qualquer, mesmo que em forma de protesto alinhando, contribuindo para as estatísticas esperadas. Clamor nas ruas, nos blogues e nos media, na escola, outra história.
E eis que os Movimentos promovem uma ‘manifestação’ para 19 de Setembro (ver doc em baixo, a azul)Elogio a iniciativa, pelo menos fazem qualquer coisa - something, -anything! better than nothing (?)
Valham-nos então os vários 5m2 de faixas “a exibir pela organização”, cujo secreto conteúdo, esperamos, seja uma espécie de manifesto, uma lista do que queremos revogado, uma série de condições si ne qua non para quem queira conquistar o nosso voto.
E já agora, duas propostas a acrescentar às reivindicações óbvias:
- a reposição da semana de férias junto ao 1º de Novembro
- a equiparação do nº de faltas por artigo 102 ao resto da função pública: 12 por ano
Agora, uma palavrinha para os sindicatos, a inefável Plataforma: vocês continuam todos de férias? Não perceberam este querer generalizado à procura de uma orientação? Não se arvoram vocês todos em vanguardas in-dispensáveis? Porquê então este mutismo, esta invisibilidade? Ou será que já ‘cozinharam’ alguma outra espécie de memorando nas nossas costas?
- Sou uma professora ‘em suspenso’. Neste momento ‘espero para ver’, destruído qualquer resquício de inocência, mortas as ilusões, a crença na solidariedade da classe, na alegada boa vontade dos que dizem representar os professores.
- Retirei os OI quando todos desataram a entregá-los.
- Não apresentei a FAA e posso garantir, como (muito) poucos, que NÃO FUI AVALIADA porque não quis ser avaliada segundo este modelo, contra o qual tantos lutaram, durante tanto tempo.
- Não entro nas estatísticas de sucesso das defuntas políticas do ME
- Em vez de silêncios e lutos, gostaria de ver gritos e raivas e lutas, vermelhas de determinação e de urgência.
- Sobretudo, de posições claras, assumidamente transparentes, por parte de colegas, das organizações sindicais, e dos políticos que nos querem governar
imagem de Egon Schiele
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Numa forma de manifestação diferente do habitual, a mesma decorrerá em simultâneo em três locais diferentes e simbólicos: Assembleia da República, Ministério da Educação (Av. 5 de Outubro) e Palácio de Belém. Em nenhum deles, haverá prelecção de discurso público, mas sim uma faixa dos Movimentos que organizam o protesto (APEDE, MUP e PROmova), contendo uma mensagem forte e incisiva que pretende dar voz ao sentimento dos professores.
Nos três locais de concentração, haverá representantes dos movimentos, que promovem e organizam esta acção, sendo que os professores poderão dirigir-se livremente a qualquer um desses locais, ou a todos eles, de acordo com a sua sensibilidade e desejo de participação.
Os professores virão, preferencialmente, vestidos de negro mantendo algum período de silêncio e dando depois livre curso à sua criatividade contribuindo, desse modo, para evidenciar as razões da sua luta e justo protesto, face à situação que se viveu e continua a viver, actualmente, na Escola Pública.
Os movimentos independentes de professores convidam os senhores jornalistas a acompanhar esta manifestação de protesto dos professores, a ouvir os professores que dão aulas no dia-a-dia, sentindo na pele os efeitos e consequências perversas das políticas educativas impostas pelo governo de José Sócrates, e chamam particular atenção para as diferentes faixas (5 m2 cada) a exibir pela organização, cujo conteúdo só será revelado na tarde do dia 19 de Setembro, em simultâneo, nos três locais em que decorrerá esta iniciativa de protesto.
Sintra, 16 de Setembro de 2009
Pela APEDE,Ricardo Silva
Pelo MUP,Ilídio Trindade
Pelo PROmova,Octávio Gonçalves
1 comentário:
Finalmente ! Completamente de acordo....e amanhã nos barcos por volta das duas:) AnaG.
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