
Não sei quantos éramos, nem isso me interessa grandemente. Já deu para perceber que, dos 100, 120 mil que fomos, pelo menos metade entretanto desmobilizou, descreu, baixou os braços..
- Pois eu estive lá hoje, de novo.
- Estive, porque me sentiria mal se não aderisse a mais uma iniciativa, venha ela dos sindicatos ou dos movimentos.
- Estive, sem convicção nenhuma na eficácia deste 'cordão humano', em termos de ganhos negociais.
- Estive, porque os que nisto ainda estão, são já, quase só, os que sempre acreditaram na força da nossa união (e têm, é claro, uma boa dose de quixotismo..)
- Estive, porque é bom encontrar os amigos - sempre os mesmos - afinal, os que fazem coisas: qualquer coisa, ainda que nela não creiam piamente. Os que nunca, mas nunca, aceitarão a condição de nêsperas.
- Estive no cordão como estive nas mega e nas mini manifestações.
- Como estarei numa greve às avaliações do 2º e do 3º períodos.
Tenho plena consciência de que um cordão humano, nesta altura do campeonato, terá, quando muito, a vantagem de alguma visibilidade mediática.
Foi, até, um exercício mais a dar para o folclórico (tão em sintonia com os malhões que a organização teima em pôr no carro de som!), quando o que se deveria ter feito, há já muito, m
uito tempo, era agudizar as formas de luta, antes que as pessoas desmobilizassem, desatassem a entregar O.I., abandonassem o barco. Nem tudo, no entanto, é culpa da inércia dos sindicatos, das suas hesitações, da muito pouca imaginação que evidenciam, da sua falta de 'garra'.

- Os Professores, enquanto classe profissional, com ou sem apoio de sindicatos, tiveram a solução nas mãos quando se uniram assim, tão sem precedentes, tão convicta e espontaneamente.
- Tiveram a solução nas mãos e abdicaram dela.
- A vitória dependia da firmeza de cada um de nós, da recusa inequívoca (e assumida até ao fim ) deste processo de avaliação que nos vem aviltando e dividindo.
De todos nós - e fomos tantos! , lamentavelmente, ficou um punhado de resistentes. Mas serão esses - seremos nós - que havemos ainda de escrever a história desta luta!
o cartaz lá em cima é do Maio de (19)68 e parece-me tão pertinente, nos tempos que correm..
7 comentários:
Também lá estive. Fui do Porto e parti muito desiludida, uma vez que desta cidade, apenas saíram dois autocarros. No entanto, o que ainda me move é a necessidade de ter a consciência tranquila, na medida em que participo na luta da minha classe profissional, e também pelo facto de considerar que tenho que resistir até ao fim de mãos dadas com aqueles e aquelas que tudo têm feito.
Obrigada,AMIGA, já não somos muitos, mas acredito que, juntos, 'ainda havemos de escrever a história desta luta'.
bjis,
ana
Subscrevo toas as tuas palavras e sinais de pontuação...
Um grande bem-haja por seres assim, colega.
João Francisco
obrigada tb .. a dos sinais de pontuação tem a ver com o cartaz?
;-)
Não, rapariga, tem a ver com tudo aquilo que foi dito e que comungo (cá está uma palavra que raramente utilizo...) enquanto professor.
João Francisco
Concordo contigo, Ana.
Quando vejo ali a imagem do Eça lembro-me sempre de como é saudável ler "Os Maias" de vez em quando - é "extraordinário" como tudo se aplica aos dias de hoje.
Juntos sim, para uma "imensa minoria" (Xfm, remember?) já que as maiorias...
Ai a Xfm...
Mas a Rádio Radar ainda é melhor! :-)
Enviar um comentário