08 fevereiro 2009

quantos seremos?

QUANTOS SEREMOS?



Não sei quantos seremos, mas que importa?!
Um só que fosse, e já valia a pena
Aqui, no mundo, alguém que se condena
A não ser conivente
Na farsa do presente
Posta em cena!


Não podemos mudar a hora da chegada,
Nem talvez a mais certa,
A da partida.
Mas podemos fazer a descoberta
Do que presta
E não presta
Nesta vida.


E o que não presta é isto, esta mentira
Quotidiana.
Esta comédia desumana
E triste,
Que cobre de soturna maldição
A própria indignação
Que lhe resiste.

Miguel Torga, Câmara Ardente




al, em 17 janeiro, 2009


quadro: Alfred Gockel

3 comentários:

Anónimo disse...

Não ser conivente, eis a questão. Não participar nesta farsa.
Dar provas de coerência
e de dignidade.
Poder a todos olhar de frente e dizer:
Eu não me vendi!
Eu não abdico dos meus valores!
Eu não deixo que me espezinhem!
Eu sou PROFESSOR!


Domingo, 18 Janeiro, 2009

Anónimo disse...

Espero que sejamos MUITOS, que sejamos TODOS, a não ser coniventes, a dar um exemplo de cidadania e verticalidade.

al


Domingo, 18 Janeiro, 2009

Anónimo disse...

Também nós, alunos, estamos esperançosos que saia do que se vai passar amanhã algum resultado. Força!

Domingo, 18 Janeiro, 2009