07 fevereiro 2009

as paixões, os livros: as bibliotecas itinerantes da Gulbenkian

Lembro-me de como esperava ansiosamente a vinda da carrinha da Gulbenkian. A visita, que acontecia de 15 em 15 dias num subúrbio próximo da minha cidade, enchia-me as mãos de livros e a cabeça de devaneios, horas e horas de leitura num prazer antecipado.
Ali (ao contrário do liceu) não havia livros proibidos. Apenas uma pessoa que se interessava, que ia conhecendo as nossas preferências e progressos, que nos orientava as escolhas e nos ia levando, mais e mais além, pelo caminho das letras e dos sonhos.

Foi com a biblioteca itinerante da Gulbenkian que (aos 12? 13?) descobri o Realismo Mágico *e um dos seus expoentes mais geniais: Jean Cocteau, pela mão desse perturbador "Les Enfants Terribles" que não deveria ter relido em adulta...


*realismo mágico - uma dimensão da literatura francesa do séc. XX

As primeiras Bibliotecas Itinerantes surgiram por iniciativa da Fundação Calouste Gulbenkian em colaboração com as autarquias.
As Bibliotecas Itinerantes visitam cada localidade quinzenal ou mensalmente, podendo o leitor requisitar até 3 obras** de qualquer género literário.
A Fundação disponibiliza hoje 38 Bibliotecas Itinerantes, que servem 1.861 localidades, num total de 1.932.205 pessoas. (in Universia)

** Na minha altura (...:-)) eram 8!

ana lima

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