08 fevereiro 2009

a arte de Paula Rego

A pintura de Paula Rego não pode ser classificada como conservadora ou académica, mesmo se ela vem sendo um exercício de reaprendizagem dos meios de expressão pictural (...) O escândalo que as novas pinturas de Paula Rego propõem, devido às questões da sexualidade e da morte que abordam e, inseparavelmente, ao ponto de vista feminino que reclamam e revelam, não deverá ocultar o outro escândalo, talvez mais decisivo ainda, que reside na diferença entre estas obras e a insignificância ou o tédio reinantes em grande parte do que é exibido como arte contemporânea. «O naturalismo está muito fora de moda, mas eu não me importo», declara Paula Rego. «A moda passará. Estas revolucionárias 'pinturas silenciosas, com as suas réplicas sombrias', sobreviverão», comenta Maggie Gee num artigo do «Daily Telegraph». Paula Rego encontrou no meio britânico, menos dependente das concepções vanguardistas da modernidade e também da circulação das modas, as condições favoráveis para aprofundar um trabalho com raízes portugueses, que mergulham nas suas memórias pessoais, decorrem dos incidentes da sua vida e interpelam as prisões mais fundas da nossa existência colectiva. É provável que a vitalidade desafiadora das suas últimas obras resulte dessa dupla localização.
Textos de ALEXANDRE POMAR


Para além de óleo sobre tela, Paula Rego trabalha com vários outros registos gráficos, nomeadamente desenho, litografias e serigrafias.

Em cima, o tríptico Shakespeare’s Room (serigrafia), que conta a história de uma rapariga que disparou contra macacos por eles não 'comprovarem' o ditado: "if you put enough monkeys typing, eventually you'll get Shakespeare!"


Ao lado, uma das litografias que ilustram um conto de João de Melo, "O Vinho" .

Em baixo, uma lista de sites, uns mais imprescindíveis (*) que outros, onde podem ver-se mais obras de Paula Rego, talvez a pintora portuguesa da actualidade mais conhecida além fronteiras:


visita virtual- museu Reina Sofía, Madrid ; Saatchi Gallery ; Art Fund for UK museums ; Feio e Modernidade em Portugal ; tales from the National Gallery


a.l.

3 comentários:

Anónimo disse...

Vi já há algum tempo uma exposição desta grande pintora e um ícone da cultura nacional. Foi já há uns anitos (falo como se fosse mais velho que os 17 anos que tenho... :P), mas lembro-me perfeitamente de ter perguntado ao meu pai "Como é que se chama este [a propósito de um quadro]?" e de ter ficado admirado por haver alguém português capaz de fazer arte tão boa como a de Paula Rego.

Bjs e peço desculpa pela minha "ausência prolongada" :)
Segunda-feira, 08 Dezembro, 2008

Anónimo disse...

Há (presentemente) quadros dela no CCB,

e, numa galeria à entrada, as tais litografias (ñ sei se estas ainda lá estão)

Sexta-feira, 12 Dezembro, 2008

Anónimo disse...

Realmente Paula Rego é um orgulho nacional! Portuguesa fantástico! será que não haverá mais artistas com talentos assim mas escondidos e aos quais ninguém dá valor? Acho que damos pouco valor ao que temos nosso!
Talvez um dia as coisas mudem...

Bjs!

Sexta-feira, 12 Dezembro, 2008