24 julho 2011

O estranho caso da Parque Escolar

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À Esquina do Impossível
O estranho caso da Parque Escolar
por Tiago Mota Saraiva, Publicado em 23 de Julho de 2011

TGV, aeroporto ou Euro2004 são casos menores quando comparados com o programa de requalificação de escolas. A Parque Escolar EPE, constituída em 2007, já é a quinta empresa pública mais endividada, a par das Estradas de Portugal.
Quem tem vindo a administrar esta empresa pública, uma espécie de consórcio do bloco central, beneficiou de um regime de excepção que lhe permitiu decidir quais as empresas de projecto e construção que passavam bem entre 2008 e 2010. Nas empreitadas os concursos foram por lotes de escolas, óbvia determinação para excluir as pequenas e médias empresas de construção relegadas para o papel vampirizado de subempreiteiros, e os projectistas foram designados sem que os critérios de escolha tivessem sido públicos.
Mas reina um silêncio de Estado.
Ao que parece, depois das inúmeras notícias de obras desnecessárias, adjudicações acima dos valores de mercado ou relações promíscuas entre adjudicados e administradores, não é o mais recente escândalo que o i revelou a semana passada, dizendo-se na posse de documentos que provam que os projectistas foram escolhidos antes de serem abertos “concursos por convite”, que motivará uma investigação do Ministério Público ou fará com que o Tribunal de Contas revele o parecer sobre a auditoria realizada em 2010.
Nuno Crato procura a saída airosa que certamente passará pelo cancelamento de obras e, provavelmente, pelo afastamento da actual administração. Mas isto não basta, apenas decreta a inimputabilidade. Exige-se uma investigação séria e urgente, antes que tudo prescreva e só sobrem as contas por pagar.

Arquitecto

ver artigo de Santana Castilho, 'A Gorda Parque Escolar' - aqui
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