nos antípodas da CONFAP, uma lufada de bom senso :
A Confederação Nacional Independente de Pais e Encarregados de Educação (CNIPE) mostrou-se hoje preocupada com o programa eleitoral do PSD e defendeu que em primeiro lugar deve ser revisto o currículo de todos os níveis de ensino.
“Se for para a privatização [da educação] com certeza que a nossa opinião será absolutamente contrária”, disse à agência Lusa o vice-presidente da CNIPE, manifestando-se “muito preocupado” com o que reteve do programa social-democrata.
“Tudo o que seja destratar a escola pública a favor das entidades privadas será sempre uma escola para ricos e uma escola para pobres e nós contra isso batalharemos sempre e estaremos sempre contra”, assegurou.
Para a CNIPE, os dinheiros públicos devem ser canalizados para as escolas públicas e “nunca totalmente para as escolas privadas”, que devem ser “uma opção que compete a cada um fazer”.
O Governo, defendeu, “poderá financiar quem muito bem entender, mas nunca poderá financiar a própria escola”.
Admite porém que o Estado subsidie os particulares que “entendam que merecem que os filhos estejam noutra escola que não a pública”, devido a problemas específicos: “Se o Estado quiser criar uma bolsa para subsidiar famílias cujos filhos, por uma determinada dificuldade, têm de frequentar uma escola privada, nós não nos opomos, o que nos opomos é privilegiar a escola privada em detrimento da pública”.
O dirigente da CNIPE considera que se está a caminhar para “o disparate completo na educação”, prometendo a luta dos pais.
O PSD promete, no programa eleitoral apresentado no domingo, desenvolver iniciativas de liberdade de escolha para as famílias em relação à oferta de escola disponível, independentemente de ser pública ou privada e incluir na nota final dos alunos o resultado das actuais provas de aferição.
A CNIPE considera que as provas “não servem para nada”, mas defende que a prioridade é rever o currículo de cada nível de ensino, no âmbito de uma adaptação à escolaridade obrigatória de 12 anos.
“Estamos a arranjar remédios pontuais e a nossa opinião é que se devia pegar em todos os estudos que o Conselho Nacional de Educação tem entregue regularmente ao Governo e debruçarmo-nos sobre eles”, disse.
A revisão curricular seria uma das primeiras medidas a desenvolver e só depois se deveria decidir “o que fazer a nível de exames e o que não fazer”, referiu.
“Temos o 12.º ano obrigatório, as escolas vão ficar superlotadas a breve trecho, não temos equipamentos novos e se os currículos não forem rapidamente revistos, temos anos em que metade do currículo não é dado, em determinados ciclos”, alertou.
O PSD tenciona transformar as provas de aferição do 4.º e 6.º ano em testes nacionais, com incidência na nota final do alunos, além de manter os exames já existentes no 9.º, 11.º e 12.º, mas com revisão do peso na nota.
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