excertos de uma entrevista por Luís Claro
publicada em 25 de Abril de 2011, no i online :
publicada em 25 de Abril de 2011, no i online :
O operacional do 25 de Abril diz que "se o FMI atingir os militares pode criar condições para uma revolta"
.
Eduardo Lourenço, que assina o prefácio do livro "O dia inicial", escreve que o 25 de Abril foi "o dia de pura glória de Otelo e não terá outro maior". Talvez por isso Otelo Saraiva de Carvalho insista na ideia que, no dia 26, a sua missão estava cumprida e o seu desejo era voltar a dar aulas na Academia Militar. Não foi assim e, 37 anos depois, Otelo defende, com a mesma convicção de outros tempos, a democracia directa e justifica os excessos do PREC: "tinha de ser assim, pá!". Foi nessa altura que mudámos de assunto para falar do país, do FMI, do governo ou das próximas eleições. Otelo resume o que pensa e sente numa frase: "O desgosto é grande."
(...)
Estamos numa situação de crise grave. Não só financeira, como económica e política. Há o risco de haver uma nova ruptura como no 25 de Abril de 1974?
Estão a ser criadas condições para isso. Curiosamente o poder capitalista acaba sempre por se encaminhar para o suicídio. Estes regimes capitalistas, regimes da burguesia, têm tendência para isso. Vão sempre encontrando novas formas de se manter no poder, mas a verdade é que se vão suicidando.
Encontra algum paralelo entre o fim da ditadura e os tempos que estamos a viver?
Talvez pela teimosia na continuidade de uma política que já não é aceite. O aumento do desemprego e do custo de vida, que leva a uma cada vez maior dificuldade do povo, pode levar também a uma eclosão social que, sendo do tipo de uma insurreição popular sem nenhuma organização, sem nenhum comando, pode levar a um desastre. Por outro lado, se houver algum comando sobre essa insurreição levada a cabo ou por partidos ou por Forças Armadas pode vir a transformar-se numa nova ditadura. Correm-se sempre riscos, mas é o próprio regime que vai criando condições para ser abatido. Foi o que aconteceu com o fascismo em Portugal, que demorou muito tempo, mas acabou por acontecer.
ler entrevista completa aqui
.
ler entrevista completa aqui
.
Sem comentários:
Enviar um comentário