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- um país que fosse governado por gente 'transparente' .. em que política não fosse sinónimo de compadrios, joguinhos de interesses, oportunismos, desonestidade ..
- um país em que os políticos fizessem aquilo para que supostamente foram eleitos .. que gerissem com sabedoria a coisa pública, se preocupassem com o bem-estar do povo que neles depositou as suas esperanças, e a confiança .. que pensassem no interesse de todos em vez de cuidarem do estado do seu umbigo, da gordeza do seu bolso ..
- um país em que as pessoas não achassem normal - e desculpável - serem enganadas a torto e a direito, verem as suas expectativas defraudadas, os ricos mais ricos, os pobres mais pobres, ano, após ano, após ano, partido de esquerda, partido de direita..
- um país em que não se tomassem migalhas por direitos: adquiridos, legislados, conquistados, e foram séculos e séculos de luta .. uma gente que os exigisse, por isso mesmo que são: direitos!
- um país de gente lúcida, desentorpecida e pensante, alerta, os olhos e os ouvidos bem abertos .. um povo que não se deixasse levar por vendedores da banha da cobra, malabarismos de circo, contorcionismos a jeito..
- um país de gente que ousasse: lutar e vencer.. um povo que todos os dias desse uso , de facto e de direito, à democracia que há 37 anos lhe ofereceram os capitães de Abril ..
- um país onde um Homem há tempos vem pregando no deserto, persistente e indomável .. chama-se Santana Castilho e serve a causa pública como a deveriam servir os políticos todos: com clareza e sem ambiguidades.
in jornal Público, 27 de Abril de 2011:
por Santana Castilho *
Frederico II, O Grande, rei da Prússia, disse que “a trapaça, a má fé e a duplicidade são, infelizmente, o carácter predominante da maioria dos homens que governam as nações”. José Sócrates Pinto de Sousa, o grande maestro, ilustra-o. Na farsa de Matosinhos, a que o PS chamou congresso, usou bem a batuta da mistificação e deu o tom para o que vai ser a sua campanha: ilibou-se de responsabilidades pela crise e condenou o PSD; tendo preparado, astutamente, a queda do Governo, ei-lo, agora, cinicamente, a passar para o PSD o ónus da vulnerabilidade que nos verga. Como a memória é curta e o conhecimento não abunda, os hesitantes impressionam-se com o espalhafato e o discurso autoritário, ainda que recheado de mentiras. Porque em tempo de medo e de apreensão, a populaça não gosta de moleza.
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O aviso fica feito: não menosprezem as sondagens. Urge clarificar e não ser ambíguo. Eu não vou ser.
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1. Na segunda metade de 2009, as escutas do caso Face Oculta trouxeram à superfície a teia subterrânea que preparava a aquisição da Media Capital pela PT. Objectivo? Condicionar a orientação noticiosa da TVI, afastar José Eduardo Moniz e calar Manuela Moura Guedes. Que mão segurou a batuta deste tenebroso conúbio entre a política e o dinheiro?
Este é um, apenas um episódio, de uma longa série de acções para calar a opinião livre e subjugar o espaço público, que o grande maestro protagonizou. José Manuel Fernandes, Henrique Monteiro e Mário Crespo, entre outros, denunciaram-nas, sem peias. Se não vos assusta o poder hegemónico e incontestável, voltem a votar nele. Se vos chega uma democracia amordaçada, escolham-no uma vez mais.
2. Para encontrar alguma analogia com a cadeia de escândalos que envolveram José Sócrates, temos que ir à Itália de Berlusconi. Na nossa História não há precedente que lhe dispute tamanho mar de lama. Da licenciatura na Independente às escutas oportunamente silenciadas pelo Supremo Tribunal de Justiça, passando pela saga escabrosa dos projectos de engenharia da Guarda, os mistérios dos apartamentos da Braamcamp e os inarráveis processos Cova da Beira e Freeport, saiu sempre judicialmente ileso, o grande maestro. Como Il Cavaliere. Se isso vos chega e querem manter um primeiro-ministro que se julga ungido de clarividência única, medíocre e incompetente, que vos mente sem rebuços, teimosamente cego, presumido omnisciente e contumaz calcador de todos os escrutínios morais, só têm que esperar até 5 de Junho. Votem nele.
3. As obras públicas entranharam em Sócrates, compulsivo, a ideia que criam emprego. Viu-se com os vários estádios do Euro 2002, que nos custaram milhões e qualquer dia serão destruídos sem glória nem uso. Estamos por ora salvos da loucura do TGV e das imprudências, dadas as circunstâncias, do aeroporto e da terceira ponte sobre o Tejo. Mas se quiserem a megalomania de volta, mais Magalhães a pataco, quadros interactivos inúteis e escolas novas destruídas para que o grande maestro inaugure outras mais modernas, é só votar nele, já em Junho.
4. Sócrates foi, durante os seis anos da sua governação, o grande maestro da táctica para esconder os números do endividamento externo e a realidade do défice e das contas públicas. Depois de utilizar irresponsavelmente o Orçamento de Estado de 2009 para colher benefícios eleitorais, negou sempre que a crise financeira nos tocava. Desorçamentou e manipulou contabilisticamente as contas do Estado, até ao limiar da bancarrota e ao pedido de assistência financeira, que humilha Portugal. Se querem ajudar a destruir o resto, portugueses, votem nele, uma vez mais.
5. Enxerguem-se, portugueses: se somarmos à actual dívida pública a dívida das empresas públicas, chegamos a 125 por cento do PIB (o nosso PIB anda pelos 172 mil milhões de euros); a este número, medonho, somem mais 60 mil milhões, a pagar pelos nossos filhos e netos, que o grande maestro foi comprometendo em parcerias público/privadas, com as empresas do regime; quando, em 2005, arrebatou a batuta, o grande maestro encontrou 6,6 por cento de taxa de desemprego; agora, em 2011, o grande maestro abandonou à sua sorte uma triste banda de quase 700 mil desempregados, 11,1 por cento de taxa de desemprego, a pior desde que há registos em Portugal; estamos no “Top Ten” dos países mais caloteiros do mundo (100 por cento do PIB de dívida das famílias portuguesas, mais 150 por cento do PIB de dívida das empresas lusas, tudo por volta de 430 mil milhões de euros); temos a maior vaga de emigração de licenciados de todos os tempos, a segunda pior taxa de fuga de cérebros no universo da OCDE e a terceira no que toca ao abandono escolar. Se este painel factual não vos belisca, votem nele. Ofereçam-lhe uma batuta vitalícia e entronizem-no, até que o céu vos caia em cima.
6. Esclareçamos que a assistência financeira apenas nos tira a corda do pescoço nos próximos dois a três anos, na medida em que nos assegura honrarmos os compromissos da divida pública. Mas não resolve o problema do crescimento económico, que supõe outra política. Se acreditam que o vosso coveiro pode ser o vosso salvador, votem no grande maestro e enterrem-se sozinhos, que ele já está, obviamente, protegido e salvo, pronto para a sua antecipada reforma dourada, que nenhuma troika cortará.
* Professor do ensino superior
5 comentários:
Mas, porque raios e coriscos é que quem pode alterar as coisas, esteja tão surdo, cego e paralítico?
ontem fiz um poem@/estudo sobre isto.
será que precisamos de um acontecimento fatídico para acordarmos?
beijo
Também não entendo como se podem deixar ainda hipnotizar por este destrudor do país.
Foi o givernante mais inqualificável (no mau sentido) que jamais nos calhou na rifa...
Duas vezes já foi demais, agora se for eleito terceira, é porque os portugueses não têm brio em si próprios!
Mais um bom texto de Santana Castilho!
Beijos e muitas saudades, AL! :-)**
olá AMIGAS!!
pois eu também acho inacreditável,a burrice, a cegueira deste povo! Como diz SC, acreditarem q o seu coveiro pode ser o seu salvador já atinge foros de demência!!
bjis muitos às duas, e desculpem eu não andar muito visível .. esta m* toda, mais a falta de perspectivas no país e na escola têm-me trazido meio acabrunhada..
- vou tentar aparecer mais, tá?
bjisssssssss
TENTEI VÁRIAS VEZES MAS NÃO CONSIGO COMENTAR NO TEU BLOG.
DE QUALQUER MANEIRA EXPRESSO AQUI A MINHA SATISFAÇÃO PELO QUE VI.
BEM HAJAS.
XIUZÃO,
ZÉ PEDRO
vou tentar remediar isso, Zezinho!:-) - Já outras pessoas se queixaram..
bjinho!
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