Resumo da entrevista de João Cravinho à Rádio Renascença (publicada no “SOL” em 5 Fevereiro 2010)“Políticos estão no centro da corrupção grave”
«Isso é o grande problema que nós temos pela frente», declarou João Cravinho, ex-ministro Socialista do Governo de Guterres em 2006 e autor de um pacote anti-corrupção recusado pelo Governo.
Em entrevista à Rádio Renascença, Cravinho considera que «as redes de tráfico de influências são o principal problema do país» e acusa a classe política de não enfrentar o desafio. «Isso hoje é o grande problema que nós temos pela frente, que é essencialmente um problema político, da classe política, e a classe política em Portugal, hoje, afasta toda e qualquer possibilidade de sequer considerar o problema», diz.
«Podemos fazer uma experiência, vão agora à Assembleia e ponham as coisas preto no branco, numa linguagem muito simples:
- Onde está o centro da corrupção grave em Portugal?
Eu digo que está no sector político.
Perguntem aos líderes políticos e vão vê-los a assobiar para o ar», afirmou o ex-ministro, em entrevista que foi transmitida sábado, dia 13 Fev, no programa “Res Publica” da Rádio Renascença.
.João Cravinho foi o único socialista até aos dias de hoje que elaborou um Plano, sério e detalhado, para combater a corrupção em Portugal, mas que, precisamente por ser sério e detalhado, os seus próprios “camaradas” da bancada socialista rejeitaram. Cravinho passou então a ser uma voz incómoda dentro do Partido Socialista, à semelhança do que aconteceu uns anos antes com Medina Carreira, que abandonou o PS.
Como reacção à posição que o seu partido teve na Assembleia da República em relação ao seu Plano, Cravinho demitiu-se e foi para Londres, onde é agora administrador do “European Bank for Reconstruction and Development”.
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