08 dezembro 2009

Antonio Tabucchi e a democracia à la Berlusconi

O presidente do senado italiano, Renato Schifani, condenou Antonio Tabucchi [escritor italiano, professor de Língua e Literatura Portuguesas na Universidade de Siena] a pagar a soma exorbitante de 1,3 milhões de euros devido a um artigo publicado no «Unità» – jornal que, no entanto, não é perseguido. O crime de Tabucchi foi ter interpelado Schifani, personagem central do poder berlusconiano, sobre o seu passado, as suas relações negociais e andanças duvidosas (...) - ler mais aqui, onde está uma petição de solidariedade com Antonio Tabucchi


A petição já tem 2500 assinaturas, mas entre os nomes sonantes é difícil encontrar italianos. "A iniciativa partiu do meu editor francês, o que considero bastante singular, sendo eu um escritor italiano", diz Antonio Tabucchi. Trata-se de um apelo internacional de solidariedade com o escritor, "alvo do poder berlusconiano", escrevem os promotores, a Gallimard.

O autor de "Afirma Pereira" começou a ser julgado em Maio na cidade de Pisa, acusado de "danos de imagem". O acusador é Renato Schifani, presidente do Senado, "segunda figura do Estado", como sublinha Tabucchi.

O "amigo de bilionários" quer uma indemnização de 1,3 milhões de euros por causa de um artigo que Tabucchi publicou em 2008 no jornal L"Unità. O escritor colocou-se então ao lado do jornalista Marco Travaglio (signatário da petição), que num artigo no mesmo jornal notara que os perfis sobre Schifani não referirem as ligações do político a pessoas condenadas por laços à máfia. Tabucchi comenta a "pouca sorte" do senador, que ao longo de 15, 20 anos fundou empresas "sem nunca se aperceber que o fazia com mafiosos, presos sempre que ele acabava de sair" dessas empresas.

A petição quer chamar a atenção para o facto de Schifani não ter processado o jornal mas só o escritor: "isolar um intelectual é massacrá-lo", intimidá-lo é um ataque "à liberdade de expressão". E ainda "obrigar a imprensa italiana a dar conhecimento do caso". Entre os signatários contam-se Manuel Alegre, o cineasta Fernando Lopes ou a escritora Lídia Jorge. Também os prémios Nobel da Literatura José Saramago e o turco Orhan Pamuk. A Gallimard, diz Tabucchi, estava "cansada de defender só os escritores turcos".

Assim vai a Itália, "um belo país". Pelo menos, "a torre de Pisa está no lugar, o Coliseu também", desabafou Antonio Tabucchi  (fonte)


lá .. como cá?  - um doce a quem encontrar semelhanças, puras coincidências .. entre o poder político italiano e o português.

Vá lá, não se esqueçam mas é de assinar a petição! aqui

1 comentário:

Anónimo disse...

Antonio Tabucchi, Gran Hombre, Gran Escritor, Amigo de Portugal