poema de Mário de Sá Carneiro cantado por Adriana Calcanhoto
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Entre o sono e sonho,
Entre mim e o que em mim
É o quem eu me suponho
Corre um rio sem fim.
Passou por outras margens,
Diversas mais além,
Naquelas várias viagens
Que todo o rio tem.
Chegou onde hoje habito
A casa que hoje sou.
Passa, se eu me medito;
Se desperto, passou.
E quem me sinto e morre
No que me liga a mim
Dorme onde o rio corre -
Esse rio sem fim.
F. Pessoa (cancioneiro)
2 comentários:
Lindos os poemas.
Lindíssimo, o revelado de Clarice Lispector, que praticamente só conheço dos contos, da prosa.
E não é que ela tem razão?
E por que serã que os Poetas têm (quase) sempre Razão?
"quero ser o outro dos outros"...
(quem fez o video?)
não sei quem fez o vídeo, deve dizer lá no youtube ..
bjis
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