20 junho 2009

relatório do CCAP sb processo de avaliação de professores



Avaliadores não se sentiram "preparados nem à vontade"


19.06.2009 - 22h16 Lusa


Três em cada dez professores (28 por cento) das escolas acompanhadas pelo Conselho Científico para a Avaliação dos Professores foram avaliados por um colega de uma área disciplinar diferente da sua, sendo que os avaliadores, no geral, não se sentiram “preparados nem à vontade” para essa função.

Esta é uma das conclusões constante no relatório de acompanhamento e monitorização do CCAP, realizado através de visitas e estudos a 30 estabelecimentos de ensino e divulgado hoje pelo Ministério da Educação.

“Em média, 72 por cento dos avaliadores pertence à mesma área disciplinar do avaliado e 28 por cento, em média, será avaliado por um avaliador de outra área disciplinar. No entanto, a situação nas escolas é diferenciada, uma vez que em cinco a maioria dos avaliadores não pertence à área disciplinar do avaliado”, lê-se no relatório.

Segundo o CCAP, o não reconhecimento de legitimidade a muitos avaliadores é um aspecto que reúne a maioria da opinião dos informantes das 30 escolas associadas.

“Para essa falta de legitimidade concorre a falta de reconhecimento de competência docente (referida em dois terços das escolas), a falta de formação específica (14 escolas) e a forma como decorreu o concurso para acesso à categoria de professor titular (22 escolas)”, afirma o Conselho Científico.

Acrescenta que “em algumas escolas” são os próprios avaliadores que pôem em causa a sua competência: “A percepção recolhida nas escolas associadas foi a de que a avaliação na componente científico-pedagógica constitui um dos factores de mal-estar nas escolas”.

“Os próprios avaliadores frequentemente não se sentem preparados nem à vontade para desempenhar esse papel e mostram-se afectados pelo questionamento da sua legitimidade por avaliados”, lê-se no relatório do CCAP.

Em média, 74 por cento dos professores das 30 escolas têm objectivos individuais definidos, com uma percentagem maior entre os docentes contratados (87 por cento) quando comparado com os dos quadros (71 por cento). Dos docentes com objectivos individuais definidos, 22 por cento, em média, solicitaram a observação de aulas.

“Contrariando uma imagem largamente difundida, a maioria das lideranças e dos docentes cumpriu o que a legislação estabelece, no que se refere, nomeadamente, à realização e apresentação de objectivos individuais, construção de instrumentos de registo e organização do processo de observação de aulas”, afirma o CCAP.

No entanto, este órgão criado pelo Ministério da Educação indica que “será, sem dúvida, no plano processual e organizacional que a transformação cultural pode e deve ocorrer”, criando oportunidade para uma avaliação “desejada e não apenas legislada”.


* * * * * * *
o quadro : Picasso
* * * * * * *
Apesar de as conclusões serem muito claras e de o relatório do CCAP retirar qualquer bondade ao modelo de avaliação imposto pelo ME, MLR não se dá por convencida (vencida..) - maior cego é aquele que não quer ver, já se sabe..
Assim, a inqualificável senhora teima (porque teima) em levar avante um modelo mais do que claramente reprovado, e pede mais pareceres - a 3 entidades diferentes (veja-se a confusão que daí advirá..), inclusive, ao organismo que tutela - o CCAP - e que acaba de lhe fornecer um, e bem fundamentado. Haja paciência!

ver informação mais detalhada no Umbigo: aqui , aqui e aqui

Sem comentários: