05 novembro 2010

Jornalistas ou cães de guarda do patrão?

recebido via e-mail, título incluído

Sinais


Mais um indício: por que razão as notícias de manifestações, greves e protestos contra as medidas de austeridade em vários países da União Europeia não são notícia, ou quando são não passam dos rodapés dos noticiários da SIC Notícias, ou menos do que isso? Quantos portugueses saberão, por exemplo, que os trabalhadores do Metro de Londres fizeram greve durante as últimas vinte e quatro horas e levaram o caos à capital (e esta é a terceira grave em pouco tempo)? Nem Público, nem DN, nem I. Nas televisões, que raramente espreito, imagino que o silêncio deve ter sido ainda mais – se for possível – pesado. Razões? (Vamos fingir que eu não sei quais são).
(Tive conhecimento do facto relatado, imagine-se, num blogue. No Cinco Dias. Estamos bem.)

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ver vídeo da greve aqui

3 comentários:

Anónimo disse...

Pluralismo no debate Por João Rodrigues


“Por ignorância, preguiça, hábito, desconsideração deliberada ou manifesto servilismo, os canais televisivos têm sistematicamente tratado a análise da crise económica como se o intenso debate quanto aos fundamentos doutrinários e às opções políticas que estão em jogo pura e simplesmente não existisse.”

A petição pelo pluralismo no debate económico, que já recolheu mais de mil assinaturas, deu origem a um bom blogue: pluralismo no debate. A situação no serviço público de televisão, monopolizado pelos economistas do medo, os que defendem a privatização de tudo e cortes recessivos em tudo menos nas suas sinecuras, merece a atenção do Provedor do Telespectador da RTP. Paquete de Oliveira irá dedicar o seu próximo programa precisamente a esta falta de pluralismo. O Programa a “Voz do Cidadão” será emitido na RTP1 no próximo sábado, a partir das 21.00h e no domingo, na RTP2, às 14.45h. Não percam.

Anónimo disse...

Ah, o maravilhoso funcionamento da economia neoliberal…
Por Sérgio Lavos

Tramados, os mercados que não compreenderam o esforço de convergência entre os dois maiores partidos, a responsabilidade dos agentes económicos e a sensatez e o garante de sanidade que emanou da Presidência. É injusto, caramba. Agora que o país ia entrar nos eixos, pumba, toma lá os juros a subir em flecha. Não é justo, não é mesmo nada justo. O melhor é irem-se queixar ao FMI, ou assim; ou não é verdade que os juros cobrados por esta tão vilipendiada instituição são inferiores aos que os bancos alemães nos estão a exigir?

P.S.: Sócrates manda dizer que “não há justificação para subida dos juros da dívida“. Não é justo, não é mesmo nada justo. Que pena.

Anónimo disse...

Os sociopatas Por Daniel Oliveira


Lembram-se da comitiva de banqueiros à porta de Passos Coelho e Teixeira dos Santos a pedir responsabilidade aos políticos? Lembram-se de como foram tratados como homens de boa vontade que recordavam a políticos desnorteados as suas obrigações para com o País? Lá estava Ricardo Salgado, como porta-voz de todos eles.

Ficámos agora a saber que a PT pode vir a pagar aos seus 15 principais accionistas os dividendos ainda antes de entrar em vigor o novo orçamento, fugindo assim à cobrança de impostos que ele estipula. Entre os principais accionistas está, pois é claro, o BES.

A responsabilidade, as obrigações para com o País, o sentido patriótico… Tudo isso fica para os outros. O Estado pode perder 260 milhões de euros, metade do buraco que ficou para tapar depois da negociação do governo com o PSD.

Que esta gente trate de si, sabendo que de uma forma ou de outra se safa sempre de contribuir para a resolução dos problemas do País, só espanta quem vive noutro planeta. Para quê pagar impostos se os trouxas que trabalham por conta de outrem, os pensionistas, os beneficiários do abono de família, os funcionários públicos, os pobres e a classe média podem dar parte do pouco que têm?

O que me choca é que estes cavalheiros, que tão pouco fazem pelo País e dele tudo exigem, continuem a ser ouvidos como oráculos da Nação. Que tenham a última palavra sobre um orçamento para o qual não contribuem. Que insistam em falar de responsabilidade. Na verdade, tratam-se de sociopatas, incapazes de qualquer gesto de solidariedade e de dever perante a comunidade em que vivem, apenas movidos por uma ganância sem qualquer limite. Põem e dispõem ministros, pressionam o poder político sem se darem ao trabalho de serem discretos, mas não hesitam em saltar do barco quando todos são chamados a dar a sua parte. Espertos são eles. Idiotas somos nós.

Por isso, quando vierem com a conversa da irresponsabilidade da próxima greve geral, espero que ninguém lhes dê ouvidos. Já cansa tanta hipocrisia.