26 abril 2010

ainda o 'teste'-nojo

Fiquei sabendo por depoimento em 1ª mão (ler aqui) que a besta do post anterior é Professor Doutor, de seu nome (e não será demais expô-lo) Paulo Otero, regente da cadeira de Direito Constitucional na Faculdade de Direito da Universidade Clássica de Lisboa, e ao que parece um dos constitucionalistas de renome da casa. O exemplo mais acabado de que nem a formação académica acrescenta formação moral (e eu até acho que deveria ..) nem as Faculdades estatais estão em muito boas mãos, mesmo as mais conceituadas. (e não posso deixar, agora, de questionar-me sobre a qualidade desta..)
A questão é que se trata de uma faculdade pública, mantida com os dinheiros do Estado, que o mesmo é dizer com os meus e os vossos impostos, e por isso gostava - acho que tenho o direito - de saber o que vai acontecer àquele senhor.
Tanta fiscalização no E.Básico e Secundário e tanta impunidade no E.Superior porquê? E não vou mais longe, aquele teste, feito por um qualquer professor do ensino não superior, já  teria causado ao seu autor pelo menos três dissabores, a saber: 
  1. suspensão imediata de funções e instrução de processo disciplinar com envio compulsivo a junta médica por suspeita de distúrbios mentais; 
  2. queixa-crime por parte dos Encarregados de Educação
  3. inapelável insuficiente na avaliação de desempenho por incompetência provada
É que não preciso nem falar do inadmissível teor das perguntas do senhor Professor Doutor Paulo Otero.  O simples facto de facciosamente ter orientado o sentido da resposta dos alunos por diferente valoração atribuída às alíneas a e b revela:
  • por um lado, a total inexistência de formação pedagógica por parte do dito senhor (e explicar-me-ão porque se dispensa ela no ES..) , bem como um absoluto desconhecimento das técnicas de elaboração de instrumentos de avaliação,
  • e por outro, uma metodologia autocrática e reaccionária (bem ao estilo da usada no Estado Novo) - em que o que é valorizado é o despejar dos ensinamentos/crenças-taras do mestre em detrimento do sentido crítico e da capacidade de argumentação dos alunos. 
Alguns meses antes do 25 de Abril de 1974, andava eu na faculdade em frente, e em Direito os alunos viraram o carro de um tal Professor Martinez  - ao que me lembro, como expressão de revolta pela sua prepotência e desrespeito,  deformação moral e incompetência, precisamente. Veio a revolução, foi 'saneado'.
Passaram 36 anos, alegadamente vivemos em democracia .. estão à espera de quê, pais e mães, alunos e professores da FDL?
 .
a imagem é um quadro (esticado) de Júlio Resende

2 comentários:

Anónimo disse...

Excelente comentário! Parabens!!
Aqui vai um desafio: quem é Baltasar Garzón??

AL disse...

desafio?? para quem??